REPORTAGENS

Henrique Borges é administrador de empresas, especialista em gestão empresarial e finanças, empresário do setor de TI, educação profissional e corporativa e palestrante. 

Ponto de Equilíbrio: Por que Ele é Crucial para o Sucesso da sua Empresa

Entenda como calcular e usar o ponto de equilíbrio para manter a sustentabilidade do seu negócio

Para muitos pequenos empresários, a trajetória rumo ao sucesso pode ser uma verdadeira montanha-russa, cheia de altos e baixos. Em meio a desafios financeiros, um conceito essencial para o sucesso e a sustentabilidade da empresa é o ponto de equilíbrio. Mas, afinal, o que ele realmente significa, e como os donos de pequenas empresas podem usá-lo em sua gestão?

O ponto de equilíbrio é o momento em que a receita da empresa é suficiente para cobrir todos os custos e despesas, ou seja, o instante em que ela “se paga” e deixa de operar no vermelho. Saber o ponto de equilíbrio permite ao empresário entender qual o volume mínimo de vendas que precisa atingir para cobrir seus gastos e, só então, começar a obter lucro.

Por que o ponto de equilíbrio é tão importante?

Em uma empresa de pequeno porte, a administração financeira cuidadosa é a chave para manter as portas abertas. O ponto de equilíbrio é um indicador prático que fornece a informação mínima necessária para que o empresário saiba até onde pode arriscar e quanto precisa gerar em vendas para não registrar prejuízo. Essa análise não só ajuda a evitar o acúmulo de dívidas, como também permite tomadas de decisões mais assertivas, como quando aumentar a produção ou reduzir custos.

De acordo com a consultora de finanças empresariais, Carla Santos, “muitos empreendedores acabam ignorando o ponto de equilíbrio e apostam apenas no crescimento das vendas. Mas, sem um controle dos custos e uma noção clara de quando o negócio começa a lucrar, é fácil se perder financeiramente, principalmente em tempos de alta inflação e juros elevados.”

Como calcular o ponto de equilíbrio

Calcular o ponto de equilíbrio é mais simples do que parece, e qualquer empresário com acesso às finanças do negócio pode fazer essa análise básica. A fórmula é a seguinte:

Ponto de Equilíbrio = Custos Fixos / Margem de Contribuição

 Para aplicá-la, é importante conhecer dois conceitos:

1. Custos Fixos:

 São os custos que não variam de acordo com a quantidade de vendas, como aluguel, salários e serviços essenciais, como internet e energia elétrica.

2. Margem de Contribuição:

 Representa o quanto cada venda contribui para cobrir os custos fixos e, posteriormente, para gerar lucro. Ela é obtida pela diferença entre o preço de venda e os custos variáveis, como matéria-prima e comissões.

Por exemplo, imagine que uma padaria possui custos fixos mensais de R$ 10.000,00 e uma margem de contribuição de R$ 5,00 por produto vendido. Neste caso, o ponto de equilíbrio seria 2.000 unidades (10.000 / 5). Ou seja, a padaria precisa vender 2.000 pães, bolos ou outros produtos que gerem essa margem para cobrir os custos fixos.

Como utilizar o ponto de equilíbrio na tomada de decisões:

Saber o ponto de equilíbrio permite ao empresário avaliar rapidamente o desempenho da empresa. Se o volume de vendas está constantemente abaixo do ponto de equilíbrio, é um sinal de que o negócio precisa de mudanças, seja na estratégia de vendas, nos preços, ou na redução de custos fixos e variáveis.

Além disso, conhecer o ponto de equilíbrio oferece uma base para decisões estratégicas, como definir promoções, ajustar o mix de produtos e até mesmo planejar investimentos. Em momentos de expansão, por exemplo, é possível calcular um novo ponto de equilíbrio considerando os custos adicionais, o que ajuda a visualizar a viabilidade financeira do crescimento.

Desafios na prática e como superá-los:

Nem sempre o cálculo do ponto de equilíbrio será perfeito, pois ele depende de informações precisas sobre os custos e a margem de contribuição. Muitas vezes, pequenos empresários enfrentam dificuldades em identificar e separar corretamente seus custos fixos dos variáveis, o que pode comprometer o cálculo.

Uma dica para superar esses desafios é manter um bom controle financeiro, documentando as despesas e revisando periodicamente os custos da empresa. Ferramentas de gestão financeira, como planilhas detalhadas ou aplicativos de gestão, podem ser aliadas nessa tarefa.

Também é importante entender que o ponto de equilíbrio é uma referência inicial, mas ele pode e deve ser ajustado conforme o negócio evolui. Alterações nos preços dos insumos, variações nas vendas ou novos investimentos são fatores que exigem recalcular o ponto de equilíbrio para manter a empresa no caminho certo.

A segurança de saber quando a empresa "se paga"

Para o pequeno empresário, o ponto de equilíbrio não é apenas um número, mas um sinal de estabilidade e segurança. “A gente passa a ter mais confiança na gestão quando sabe o mínimo que precisa vender. É uma espécie de meta base, que ajuda até a equipe a entender o quanto ainda precisamos nos esforçar para, no final do mês, ficar no azul”, explica Ricardo Souza, dono de uma microempresa de confecção.

Portanto, para quem quer transformar um pequeno negócio em um empreendimento sustentável, calcular e monitorar o ponto de equilíbrio é o primeiro passo para conquistar estabilidade e, então, abrir caminho para a lucratividade.

Em tempos de economia desafiadora, o ponto de equilíbrio pode ser um verdadeiro divisor de águas. Afinal, é com ele que o empresário consegue se manter de pé e tomar decisões conscientes, mesmo em mares agitados.

Luiz Mário é graduado em marketing, especialista em marketing digital, neuromarketing, empresário do setor de publicidade. 

Os "4 P's" do marketing ficaram obsoletos segundos especialistas. Saiba o porquê e o que fazer.

Com as mudanças no comportamento do consumidor e nas tecnologias, os "4 Ps" tradicionais do marketing – Produto, Preço, Praça (Distribuição) e Promoção – passaram a ser considerados uma base que agora precisa de novos elementos para se adaptar à realidade atual. Em seu lugar, ou melhor, como complemento, outros modelos mais voltados ao relacionamento com o consumidor e à experiência do cliente ganharam destaque. Vamos ver os conceitos que estão ganhando força no mercado:

1. Os 4 Cs de Robert Lauterborn

Nos anos 1990, Robert Lauterborn propôs substituir os 4 Ps por um modelo mais orientado ao cliente, que ficou conhecido como os "4 Cs". Esse modelo foca mais nas necessidades e no papel do consumidor:


Cliente (Customer) em vez de Produto:

 Aqui, o produto não é mais o foco; o cliente é o centro das atenções. As empresas são incentivadas a entender as necessidades, desejos e comportamentos do cliente.

Custo em vez de Preço: 

Em vez de simplesmente definir um preço, esse conceito analisa o custo total para o cliente, que pode incluir o tempo e o esforço para adquirir o produto, além do valor financeiro.

Conveniência em vez de Praça:

 Foca em tornar o produto acessível ao cliente, seja pela localização física, pela distribuição online ou por conveniência.

Comunicação em vez de Promoção:

 A comunicação é bidirecional, permitindo que as marcas criem um relacionamento com o consumidor e ouçam seu feedback.

2. Os 4 Es da Experiência do Cliente

Os 4 Es visam ampliar a experiência e o engajamento do cliente com a marca:

Experiência: 

Substitui o produto como centro de atenção. O cliente não quer apenas um produto ou serviço; busca uma experiência completa, positiva e memorável. 

Engajamento:

Em vez de focar em promoção, agora a intenção é criar uma conexão mais profunda, onde o cliente se envolve com a marca.

Exclusividade:

 Em vez de preço, o consumidor busca algo único e personalizado, que justifique o custo e ofereça um valor percebido.

Evangelização:

Em vez de apenas uma praça para distribuir o produto, há o objetivo de transformar os clientes em defensores da marca, que compartilhem espontaneamente suas boas experiências.### 3. **SIVA (Solução, Informação, Valor, Acesso)**   Esse modelo foi criado para enfatizar o cliente e foi desenvolvido como alternativa aos 4 Ps para negócios mais digitais:  

Solução (Solution) em vez de Produto:

 A empresa se concentra em resolver os problemas ou necessidades do cliente.   

Informação em vez de Promoção:

 O foco é oferecer informações relevantes e úteis em vez de apenas divulgar o produto.  

Valor em vez de Preço:

Fala sobre o valor percebido pelo cliente em vez de um simples preço monetário.  

Acesso em vez de Praça:

Em vez de um ponto fixo de distribuição, o produto deve ser acessível em vários canais, adaptando-se aos hábitos de consumo digitais.

4.Marketing de Relacionamento e o Modelo dos 7 Ps

 Em muitos setores de serviço, os 4 Ps foram expandidos para os 7 Ps, que incluem:

Pessoas:

Todo o pessoal que interage com o cliente afeta a percepção da marca.

Processos

Os processos internos e de entrega do produto ou serviço precisam ser otimizados para oferecer uma experiência positiva.

Prova física:

A aparência do ambiente, site e qualquer contato visual são cruciais para a percepção do cliente.

Os novos modelos refletem a mudança de uma abordagem voltada para o produto para uma centrada no cliente e na experiência. O foco é, cada vez mais, na criação de valor agregado, na personalização e em uma comunicação que construa uma relação de confiança e identificação com a marca. Em um mercado dinâmico e competitivo, as empresas que se adaptam a esses conceitos conseguem gerar uma conexão emocional e fidelizar o cliente, superando a venda direta e criando defensores da marca. Esses modelos complementam os 4 Ps, ajudando as empresas a manterem relevância e eficácia em um ambiente digital e centrado no consumidor.

Luana Basílio é graduada em Recursos Humanos, MBA em Liderança e Coaching na Gestão de pessoas, Headhunter, atua com Recolocação Profissional  e gestão de carreiras

A Importância de um Bom Processo Seletivo: Escolhendo a Equipe Certa para o Sucesso

Um processo seletivo bem-estruturado é fundamental para garantir o talento e a compatibilidade dos novos membros com a cultura organizacional.

No mercado competitivo de hoje, escolher a equipe certa pode ser o fator decisivo entre o sucesso e o fracasso de uma empresa. Um processo seletivo bem conduzido não apenas assegura a contratação de profissionais capacitados, mas também aumenta a compatibilidade com a cultura da empresa e melhora a retenção de talentos. No entanto, muitas empresas ainda subestimam o impacto de um bom processo seletivo, cometendo erros que levam a contratações equivocadas e, muitas vezes, a altos índices de rotatividade.

Por que o processo seletivo é tão importante?

Segundo especialistas em Recursos Humanos, o processo seletivo é uma das etapas mais importantes para qualquer organização. Ele não apenas ajuda a atrair candidatos qualificados, como também permite avaliar se esses profissionais se encaixam no propósito e nos valores da empresa. Um recrutamento bem-feito reduz custos, aumenta a produtividade e fortalece o ambiente de trabalho. "Uma contratação errada pode custar caro para a empresa, tanto em termos financeiros quanto de tempo e esforço. Além disso, ela pode afetar a moral e o engajamento dos outros colaboradores", afirma Luana Basílio,  consultora de RH com mais de 5 anos de experiência no setor.

Dicas para um bom processo seletivo

Realizar um processo seletivo eficaz envolve estratégia, preparação e boas práticas. Confira algumas dicas fundamentais para tornar o recrutamento mais assertivo e garantir que você encontrará os melhores talentos para a sua equipe:

1.Defina o perfil ideal do candidato

Antes de iniciar o recrutamento, é essencial que o RH e o gestor da área definam juntos o perfil ideal para a vaga. Isso envolve entender as habilidades técnicas e comportamentais necessárias, além de identificar as soft skills que mais se alinham com a cultura da empresa. Ter uma descrição clara do que se espera do candidato ajuda a atrair pessoas mais adequadas ao cargo.

2. Aposte em uma descrição de vaga atraente e clara

A forma como a vaga é apresentada faz toda a diferença. Evite descrições vagas ou excessivamente técnicas e busque um equilíbrio: descreva as atividades principais, as qualificações essenciais, a cultura da empresa e os benefícios. Quanto mais detalhada e realista for a vaga, mais chances de atrair candidatos qualificados e interessados no que a empresa realmente oferece.

3. Utilize diversas fontes de recrutamento

A diversidade de canais de recrutamento permite alcançar um maior número de candidatos e também otimizar a busca por perfis específicos. Além dos tradicionais sites de emprego, vale explorar redes sociais como LinkedIn, indicar vagas internamente e até mesmo utilizar parcerias com universidades e escolas técnicas. Esse mix de canais garante que a empresa tenha acesso a talentos variados e aumenta as chances de encontrar o candidato ideal.

4. Realize triagens eficientes

Uma triagem de currículos bem-feita é essencial para evitar perda de tempo. Use critérios claros e objetivos para filtrar os currículos, priorizando os candidatos que realmente atendem aos requisitos da vaga. Para facilitar o processo, algumas empresas adotam softwares de triagem automática, o que agiliza a identificação dos perfis mais promissores.

5. Conduza entrevistas estruturadas

As entrevistas são a etapa mais decisiva do processo seletivo. Uma entrevista estruturada, com perguntas planejadas e direcionadas, ajuda a avaliar melhor o candidato. Perguntas sobre situações específicas (entrevista por competência) permitem verificar como o candidato lidou com desafios no passado, indicando como ele pode se comportar em situações semelhantes na empresa.

6. Considere dinâmicas e testes práticos

Dependendo do cargo, vale a pena realizar dinâmicas de grupo ou testes práticos, que simulem situações reais do trabalho. Essas práticas ajudam a observar habilidades que podem não aparecer no currículo, como trabalho em equipe, capacidade de liderança e criatividade. Em áreas técnicas, um teste prático pode revelar se o candidato possui realmente a competência técnica necessária.

7. Atenção ao fit cultural

 A compatibilidade do candidato com a cultura da empresa é um fator essencial para garantir a harmonia e o engajamento no trabalho. Perguntas que explorem os valores e as expectativas do candidato em relação ao ambiente de trabalho ajudam a verificar se ele se identifica com os objetivos e a filosofia da empresa. Contratar alguém com fit cultural é fundamental para aumentar a satisfação e a retenção de colaboradores.

8. Forneça feedback aos candidatos

A etapa de feedback é muitas vezes negligenciada, mas ela é fundamental para a experiência do candidato e a reputação da empresa. Dar um retorno sincero, tanto para quem foi aprovado quanto para quem não passou, demonstra respeito e fortalece a imagem da organização no mercado.

A escolha da equipe certa: um investimento no futuro da empresa

Um bom processo seletivo exige atenção e dedicação, mas é um investimento que traz retornos significativos para a empresa. "Quando contratamos as pessoas certas, estamos criando um ambiente onde todos podem crescer e colaborar", ressalta Paula Rocha. "Uma equipe bem alinhada com os objetivos da empresa gera melhores resultados, e a empresa, por sua vez, se torna um lugar onde as pessoas querem trabalhar."

Portanto, para empresas que buscam não apenas crescer, mas também construir um ambiente de trabalho positivo e colaborativo, investir em um processo seletivo estruturado e estratégico é o primeiro passo. Afinal, são as pessoas que fazem a diferença e trazem o diferencial competitivo que a empresa precisa para se destacar no mercado.